Reflexões acerca do capitalismo e da trama social atual
Na atualidade vemos a desigualdade sócio-econômico-espacial atingir um número cada vez maior de pessoas, levando a uma interpretação precipitada e errônea de meritocracia e juízo de valor, onde quem tem mais capital vale mais, e, quem tem menos capital acumulado consequentemente vale menos. Esses juízos são responsáveis por impregnar na pessoa a sua validade para o sistema, seja para destinação ao subemprego ou para um cargo de alto escalão da rotina administrativa de megacorporações. Desta maneira, ocorre a polarização das pessoas, que passam a ser tratadas como meras mercadorias disponíveis em um sistema global em constante transição de existência e disponibilidade, estes produtos indesejados, quando almejam outros objetivos que não são compatíveis aos que lhe foram designados tendem a ser reprimidos e redirecionados para sua função originária, mover a engrenagem desta máquina nefasta.
Certamente, a perversidade deste mundo materialista leva ao caminho da mixofobia, seja pelo medo de perder sua posição social com a chegada das “mercadorias” indesejadas em novas localidades, ou, pela xenofobia que leva o indivíduo a acreditar que é melhor que o outro devido a questões étnicas supostamente embasadas e amparadas por aspectos biológicos ou notoriedade histórica de seu devir. Mascara-se aí uma das “bombas” da atualidade, que pode ser observada em outros períodos históricos, como no caso dos Nazistas sob denominação de “arianos superiores”, alemães que se autodeclaravam como a raça mais forte e mais pura do globo.
As correntes da desigualdade, só levam a degradação da vida humana, e ao aumento das assimetrias entre os indivíduos de uma mesma sociedade, fico me perguntando para onde isso nos leva? Desde quando ter mais é de fato valer mais? Certo pensador dizia que a resposta mais correta tende a ser a mais simples, seguindo a esta lógica me deparei com uma sociedade diferente, a sociedade tribal dos povos ameríndios, sobretudo dos Kaiowá que pude conhecer pessoalmente. Lá, tudo é diferente, as pessoas se respeitam, a vida é em comunidade e os filhos dos casais não pertencem aos casais, mas sim a tribo, é função de todos zelar pelos demais, tratam de forma cordial os visitantes, desde que estes não ofereçam riscos a tribo. É um palco valoroso de experimentação de práticas sociais louváveis e mixofilia, ou seja, por toda a parte é possível notar a aceitação das pessoas, mesmo que estas não sejam da mesma etnia. Porém, lamentavelmente percebe-se um movimento em direção ao declínio destas práticas, com a entrada dos agentes globalizadores no local e com o avanço das fronteiras do capitalismo selvagem, acredito que desencadeará alterações na forma com que esta tribo se espacializa e também na forma em que se desenrola a trama social dos mesmos, levando ao caminho viciante percorrido e imposto pela sociedade do espetáculo e da propaganda em que nós, meros produtos globais vivemos.
Como Bauman nos alerta, não podemos dizer que não fomos avisados, temos as informações à nossa disposição desde sempre, mesmo assim somos levados ao estado de inércia, ou de negação, pois a vida que nos foi apresentada é a vida do espetáculo e da propaganda onde todos são felizes quando possuem dinheiro, onde a criação de falsas necessidades e da falsa felicidade é algo normal e rotineiro. A mercadoria que se encontra a venda é a vida, esta, está fracionada em porções de produtos, dispostos em uma vitrine que somente poucos tem acesso.
Para desarmar algumas destas bombas basta agir com o próximo (outro indivíduo) da maneira com que gostaria de ser tratado. Desta forma, resolveríamos boa parte dos conflitos sociais, já quanto aos problemas ambientais, vale alertar que devemos respeitar a natureza e entender que esta, não é apenas uma fábrica de recurso e de capital, mas sim, um dos pilares essenciais da vida, ela viveria sem a nossa existência, mas nós não vivemos sem sua existência. Por isso é imprescindível sua conservação para que a raça humana e os demais animais possam usufruir de um ecossistema saldável e favorável para a permanência e manutenção da vida.
Autor: Gabriel Caldeira Gomes
Certamente, a perversidade deste mundo materialista leva ao caminho da mixofobia, seja pelo medo de perder sua posição social com a chegada das “mercadorias” indesejadas em novas localidades, ou, pela xenofobia que leva o indivíduo a acreditar que é melhor que o outro devido a questões étnicas supostamente embasadas e amparadas por aspectos biológicos ou notoriedade histórica de seu devir. Mascara-se aí uma das “bombas” da atualidade, que pode ser observada em outros períodos históricos, como no caso dos Nazistas sob denominação de “arianos superiores”, alemães que se autodeclaravam como a raça mais forte e mais pura do globo.
As correntes da desigualdade, só levam a degradação da vida humana, e ao aumento das assimetrias entre os indivíduos de uma mesma sociedade, fico me perguntando para onde isso nos leva? Desde quando ter mais é de fato valer mais? Certo pensador dizia que a resposta mais correta tende a ser a mais simples, seguindo a esta lógica me deparei com uma sociedade diferente, a sociedade tribal dos povos ameríndios, sobretudo dos Kaiowá que pude conhecer pessoalmente. Lá, tudo é diferente, as pessoas se respeitam, a vida é em comunidade e os filhos dos casais não pertencem aos casais, mas sim a tribo, é função de todos zelar pelos demais, tratam de forma cordial os visitantes, desde que estes não ofereçam riscos a tribo. É um palco valoroso de experimentação de práticas sociais louváveis e mixofilia, ou seja, por toda a parte é possível notar a aceitação das pessoas, mesmo que estas não sejam da mesma etnia. Porém, lamentavelmente percebe-se um movimento em direção ao declínio destas práticas, com a entrada dos agentes globalizadores no local e com o avanço das fronteiras do capitalismo selvagem, acredito que desencadeará alterações na forma com que esta tribo se espacializa e também na forma em que se desenrola a trama social dos mesmos, levando ao caminho viciante percorrido e imposto pela sociedade do espetáculo e da propaganda em que nós, meros produtos globais vivemos.
Como Bauman nos alerta, não podemos dizer que não fomos avisados, temos as informações à nossa disposição desde sempre, mesmo assim somos levados ao estado de inércia, ou de negação, pois a vida que nos foi apresentada é a vida do espetáculo e da propaganda onde todos são felizes quando possuem dinheiro, onde a criação de falsas necessidades e da falsa felicidade é algo normal e rotineiro. A mercadoria que se encontra a venda é a vida, esta, está fracionada em porções de produtos, dispostos em uma vitrine que somente poucos tem acesso.
Para desarmar algumas destas bombas basta agir com o próximo (outro indivíduo) da maneira com que gostaria de ser tratado. Desta forma, resolveríamos boa parte dos conflitos sociais, já quanto aos problemas ambientais, vale alertar que devemos respeitar a natureza e entender que esta, não é apenas uma fábrica de recurso e de capital, mas sim, um dos pilares essenciais da vida, ela viveria sem a nossa existência, mas nós não vivemos sem sua existência. Por isso é imprescindível sua conservação para que a raça humana e os demais animais possam usufruir de um ecossistema saldável e favorável para a permanência e manutenção da vida.
Autor: Gabriel Caldeira Gomes
Comentários
Postar um comentário